O pelo eleva o calor
que desce pela língua molhada,
hálito quente.
Seu desajeito atropela formalidades,
mas resguarda um carinho único
capaz de transformar guerras
em um festival de verão.
Só beija quem gosta, de quem não gosta,
rosna, morde, fere.
Beijos sem palavras,
lânguidos, lambidos, molhados, cínicos, mordidos.
Quem não beija,
deixa crianças sem carinho, sem abrigo.
Se não for para beijar, prefere ser fera ferida,
morder seu próprio rabo trancado em sua solidão.
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