Muita gente parte das memórias para escrever suas histórias. Silas cola memórias com casos criados e acaba por nos trazer fatos que se parecem muito com ele: musicais, simples, emocionados e honestos, os casos do escritor são goianos com pitadas cariocas.
As terras do Silas.
As terras que fizeram sua cabeça e sua vida.
As terras que, de uma maneira ou de outra, ele ama e vai carregar para sempre com ele.
Muitas vezes, as histórias se parecem com casos inventados por um pai para fazer a filha dormir. Histórias que, de tanto a gente inventar, noite após noite, acabam virando verdade.
Mas se o Silas contou essas histórias para sua filha, ele acabou por falar mais verdades, que invencionices. E a Victória acabou ganhando um contador de casos fantásticos, bem ao estilo das fantasias que o Silas carrega desde criança, mas um contador de caso que não deixa a fantasia matar a realidade.
Musical e humano, esse livro é a fotografia clara da alma do autor.
Conheço-o bem e posso dizer assim sem medo de errar. Nas entrelinhas a gente reconhece Bob Dylan, Beatles, Cartola, Paulinho da Viola e mais um punhado de gente, dessas que a gente canta a plenos pulmões nos bares, madrugada a dentro.
Os bares do Silas.
As canções do Silas.
As histórias do Silas.
É preciso lê-las. Mas, advirto, leia e tente captar bem o coração do autor. É a parte mais visível e bonita desse livro.
Carlos Brandão
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